Foi-se o tempo em que ficar horas em frente ao computador jogando era apenas um hobby. Para um universo cada vez maior, é um passo fundamental para desbravar novos horizontes. É o caso do estudante carioca Guilherme Mannarino, de 17 anos, cuja habilidade nos games, mais especificamente no Fortnite, lhe abriu vaga em nada menos que 32 universidades americanas, 3 delas com bolsas de 100%.
– O principal sentimento foi orgulho. Treino 5 horas e estudo outras 3 horas por dia, é uma rotina cansativa, mas nada vem fácil. Tenho a vontade de usar isso para estudar num lugar que sempre sonhei e com uma condição financeira possível – explica o gamer, filho da professora de inglês Andréia de Lucas e do analista de sistemas Antonio Neto.
O embarque de Guilherme para a faculdade escolhida, a UCF, em Orlando, será no segundo semestre do ano que vem.
Na opinião do aluno do Colégio Franco-Brasileiro, no Brasil falta, principalmente, informação sobre o universo dos games.
– Seria legal os pais terem mais informação sobre isso e mostrar ao mundo o que tem ao redor dele. São inúmeras as possibilidades que você pode desfrutar com sua dedicação. Falta, muitas vezes, informação. Poderia, por exemplo, ter na internet mais informação sobre este mundo – destaca Guilherme.
O estudante fala com muita propriedade e empolgação sobre este mercado:
– Nunca pensei em estudar fora por conta da condição financeira. Mas, se se você tem alguém para te mostrar este caminho, pode mudar a vida de muita gente. Conheço um profissional que morava em uma comunidade do Rio e, há alguns anos, vive nos EUA. Por causa dos games
Obviamente, há uma enorme diferença entre Brasil e EUA, na questão dos esports:
– Aqui estamos muito atrás, enquanto que lá são muitas faculdades que oferecem a melhor infraestrutura, aqui nunca vi algo parecido. Estamos muito atrás em vários quesitos do jogo, e a falta de investimento reflete nisso. Aqui um bom computador custa em torno de R$ 7 mil, nem todo mundo tem esse dinheiro. Lá há incentivo, as faculdades têm clubes para incentivar isso. Faltam informações, acesso aos equipamentos e investimento. Aqui são poucas pessoas que podem viver disso – compara.
O futuro aluno da UCF também é grato ao colégio onde se formou:
– O Franco me proporcionou um aprendizado de ponta, com professores altamente qualificados que me ajudaram na formação da pessoa e intelecto que tenho – analisa o estudante, apontando a atenção recebida como outro fator marcante em sua trajetória no colégio.